terça-feira, 5 de outubro de 2010

'Não abandonei o barco. Eu fui chutado do barco', afirma Zico


Ex-diretor executivo afirma que gota d'água foi Patrícia ter vetado sua ida ao Conselho Fiscal para se defender. E para voltar ao clube, só 'mandando'



O maior ídolo da história do Flamengo resolveu falar. Em sua casa, na Barra, Zico expôs, nesta terça-feira, os motivos de ter surpreendido, na madrugada de quinta para sexta-feira, pelo seu site oficial, milhões de torcedores ao comunicar a saída do clube em que havia assumido, quatro meses atrás, o cargo de diretor executivo. E o maior alvo foi a presidente do clube, Patrícia Amorim. A gota d'água foi o fato de a dirigente, segundo o Galinho, ter vetado sua ida ao Conselho Fiscal no dia 29 de setembro, numa quarta-feira, para se defender das acusações do diretor Leonardo Ribeiro, o Capitão Léo, contra ele próprio e seus filhos, Júnior e Bruno, de irregularidades em contratações de jogadores e no contrato assinado com o CFZ.

 Não abandonei o barco, fui chutado do barco. Eu não me sentia o comandante. Queria ir me defender das acusações no Conselho Fiscal, mas a Patrícia insistiu: "Não vai lá, não vai lá, deixa que eu resolvo." Fui para Goiás, para o jogo. Chego lá, recebo um email de um amigo meu, que é conselheiro, dizendo que haviam marcado reunião urgente no Conselho para discutir um contrato do Flamengo com o CFZ que pode causar um prejuízo ao Flamengo de R$ 50 milhões. Eu tinha recebido um outro email da Patrícia dizendo que não ia acontecer mais essa reunião, que estava tudo resolvido. Aí, fico sabendo depois que houve a reunião (terça-feira, com Leonardo Ribeiro) e o diretor da base (Carlos Noval) é que foi explicar tudo. Quem tinha que ir era eu. As acusações eram contra mim e os meus filhos. Como ia continuar assim, numa situação dessas? Perde-se a confiança. Eu não tinha mais condição, me jogaram do barco, me alijaram..



Zico confirmou que fez críticas à presidente na frente do elenco na sexta-feira, 1º de outubro, dia em que se despediu dos jogadores e da comissão técnica (assista à entrevista).

Disse para ela, na frente do plantel, e só fiz isso porque ela estava lá: "Você me apoiou pessoalmente, mas não me apoiou nos poderes do clube." Ela não defendeu ela mesma. Foi ela que fez a parceria. Tem que dar murro na mesa. E isso não aconteceu. O Flamengo não pode ser maculado - afirmou o Galinho.

O ex-dirigente rubro-negro comunicou que está entrando com ação criminal contra o presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro, o Capitão Léo. E explicou por que tomou a decisão numa madrugada, de quinta para sexta-feira.

Foi instintivo. Quando cheguei de Goiás, a decisão estava tomada. Minha ideia, na quinta-feira, era ir direto da maternidade, onde nasceu meu neto (Antônio), para a casa da Patrícia, mas ficou tarde e fiz a comunicação por celular. Depois, no dia seguinte, acordei e liguei para ela sobre o porquê de ter comunicado no meu site oficial. Foi o mesmo procedimento de quando eu cheguei.  Na época, ninguém me criticou por isso. Agora, estão me criticando.

Zico reconhece que não se saiu bem como dirigente. E na hora de avaliar o seu desempenho, mostrou a mesma humildade dos tempos em que brilhou nos gramados.


Abaixo, confira o desabafo de Zico.
zico entrevista'Para voltar ao Flamengo, só se for mandando. Como
presidente' (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
SAÍDA

Não abandonei o barco, fui chutado do barco. Eu não me sentia o comandante. Queria ir me defender das acusações no Conselho Fiscal, mas a Patrícia insistiu: "Não vai lá, não vai lá, deixa que eu resolvo." Fui para Goiás, para o jogo. Chego lá, recebo um email de um amigo meu, que é conselheiro, dizendo que haviam marcado reunião urgente no Conselho para discutir um contrato do Flamengo com o CFZ que pode causar um prejuízo ao Flamengo de R$ 50 milhões. Eu tinha recebido um outro email da Patrícia dizendo que não ia acontecer mais essa reunião, que estava tudo resolvido. Aí, fico sabendo depois que ela fez a reunião (terça-feira, com Leonardo Ribeiro) e o diretor da base (Carlos Noval) foi explicar tudo. Quem tinha que ir era eu. As acusações eram contra mim e os meus filhos. Como ia continuar assim, numa situação dessas? Perde-se a confiança. Tenho um passado. Eu não tinha mais condição, me jogaram do barco, me alijaram.

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